domingo, 13 de dezembro de 2009

A Transição para a Monarquia. O Caminho

O que se pretende, o objectivo, é a mudança do Regime político, a 3ª Republica. Não porque nascemos simpatizantes da monarquia, mas porque acreditamos que o Regime Monárquico, tem inúmeras vantagens e potencialidades para recuperar o estado de descrença actual da sociedade portuguesa. A acção monárquica consistente, tem assim de dar a esta prioridade política, todo o seu ênfase nesta primado e desfazer todas as outras imagens negativas. A Monarquia tem assim de ser uma doutrina política de alternativa de mudança. A Monarquia tem de, pela afirmação das suas indiscutíveis vantagens para a recuperação nacional e para a preservação da alma portuguesa, de encontrar o caminho da sua acção de mobilização dos portugueses. Esta terá de ser a sua imagem e a sua mensagem. A congregação dos portugueses, de cada vez mais portugueses, na sua adesão à mensagem monárquica, deverá ser assim a principal preocupação da acção monárquica. Portugal está acima de todos os interesses particulares, de todas as tentações de defesa de privilégios, de pequenas ansiedades, de quaisquer posições particulares de influência. Só pode ser esta a imagem que os monárquicos podem transferir para a sua mensagem. É uma clara e inequívoca postura como solução alternativa, actual e moderna, que poderá originar a adesão dos portugueses. Uma postura nacional, nunca uma postura corporativa. Nunca uma proposta de um grupo, de uma estrutura, mas sim de um movimento que se divulga e expande através da sociedade, através da referência do Chefe da Casa Real, como símbolo da nossa história e como personalidade aglutinadora, da afectividade popular e da identidade nacional. O protagonismo dominante, é do Herdeiro Presumptivo, de D. Duarte Pio, mas também de sua Família. Todos os monárquicos, todos os simpatizantes ou militantes e as suas organizações devem colaborar e apoiar a sua acção, como instrumentos, todos eles necessários, todos eles importantes. A mensagem monárquica é simples e muito objectiva. Portugal precisa que o Chefe de Estado, seja o herdeiro da nossa história e a referência essencial de todos nós portugueses. O caminho portanto não é o da implantação de estruturas na sociedade portuguesa…Esse caminho pode ser feito, mas é lento, difícil e os momentos históricos não esperam pelas dificuldades das estruturas. O caminho é o da divulgação da mensagem e para isso terá de haver muitos e diversos instrumentos. O caminho das estruturas é sempre gerador de conflitos e apetências pessoais geradoras de desvios relativamente ao que deve ser a preocupação essencial. Os conflitos são inibitórios da acção e da imagem. O caminho terá de ser também o da coordenação, que só pode ser funcional se próxima e dependente da liderança. Só tem sentido, uma coordenação íntima e permanente, entre a função da Casa Real e a acção dos seus instrumentos de apoio. Só essa coordenação, entre a afectividade e o discurso, entre a presença e a imagem, entre a estratégia e a acção, feita através da liderança de D. Duarte Pio, pode resultar. Não tenho quaisquer dúvidas, que se todos formos capazes de assumir, esta postura de humildade, de sermos instrumentos ao serviço da função histórica do único líder possível, muitos mais instrumentos surgirão. Surgirá uma nova onda de afirmação monárquica, surgirão outros instrumentos de influência na sociedade, desde a comunicação social, passando por diversíssimas agremiações de portugueses, que se disponibilizarão a colaborar. Se assim for, também desaparecerão as tentações de afastamento das inúmeras propostas e das disponibilizações pessoais, induzidas pela ânsia de preservação dos protagonismos estabelecidos, ou de inércias dos acomodados. É preciso entender, que o que queremos não é uma revolução, que amedrontaria os portugueses. O caminho é outro e o único possível em democracia. É precisamente salvaguardar a democracia, preserva-la e aperfeiçoa-la. Não é portanto uma Restauração, mas sim uma mudança de regime constitucional, que nesse momento, é querida e desejada pela maioria do povo português. É uma Transição, para um regime melhor, democrático e moderno, muito mais adaptado à nossa realidade humana, histórica e cultural. Um regime mais adaptado para recuperar a alma portuguesa e para a mobilização dos portugueses, para ultrapassarem esta gravíssima crise política, económica e social. Esta tarefa patriótica, não se faz com o lançamento da suspeição, de preservação de privilégios ou de recuperação de ideias que estão enterradas. Tudo o que possa transmitir essa imagem, de conotação com o passado ou com privilégios, constitui um grave entrave à implantação da mensagem monárquica que assim ficará condenada ao fracasso. Não poderá haver, nenhuma resquício de corporativismos, de unicidade da representação e da acção, de monopolismo de organização e muito menos dúvidas sobre quem é o líder, de quem é o herdeiro ou sobre como se processa a coordenação. A liderança é numa Monarquia, um direito de herança, que justifica a doutrina. A liderança é de D. Duarte Pio de Bragança e só Ele pode assumir a sua herança. É assim e só assim, que a entendo e é por essa doutrina, que luto empenhadamente. Não por mim, não pelos monárquicos, mas por Portugal.
Faço-o com entusiasmo, porque Acredito.

José J. Lima Monteiro Andrade

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